Rio Capim e CIPAV, organização especialista em sistemas agrossilvipastoris da Colômbia, firmam acordo de transferência de tecnologia e cooperação técnica

Iniciativa visa criar e testar sistemas de produção que utilizem diferentes espécies vegetais para adubação natural, aproveitando sua capacidade de melhorar o solo e promover a fertilidade de forma integrada e sustentável 

A Rio Capim Agrossilvipastoril (RCA) e o Instituto Belterra firmaram um acordo de cooperação e transferência de tecnologia com o renomado pesquisador colombiano Enrique Murgueitio, especialista em sistemas agrossilvipastoris do CIPAV (Centro para la Investigación en Sistemas Sostenibles de Producción Agropecuaria). O projeto visa testar e adaptar modelos de produção sustentáveis para reduzir o uso de fertilizantes químicos e aumentar a resiliência dos sistemas produtivos, aplicando inovações de manejo que, até o momento, foram validadas em pequena escala.

A visita ocorreu em Tomé Açu e Parauapebas, no Pará, onde o especialista compartilhou seus conhecimentos e estratégias. A proposta é criar e testar sistemas de produção que utilizam diferentes espécies vegetais para adubação natural, aproveitando sua capacidade de melhorar o solo e promover a fertilidade de forma integrada e sustentável.

Segundo Valmir Ortega, CEO da Rio Capim e presidente do Instituto Belterra, a parceria com Enrique Murgueitio representa um avanço importante na busca por soluções agrícolas sustentáveis para a Amazônia. “Nosso objetivo é encontrar um modelo replicável em larga escala que traga benefícios tanto econômicos quanto ambientais”, ressalta. O executivo também destaca que a transformação de terras já abertas em modelos agroflorestais e silvipastoris terá um efeito global positivo no equilíbrio climático se estes modelos conseguirem atingir uma grande escala no território.

O especialista parceiro na iniciativa, Enrique Murgueitio, destaca que a inovação do modelo agrossilvipastoril implantado pela CIPAV se baseia na interciência da agroecologia, que por sua vez tem seus pilares em princípios universais e aplicações locais na escala de cada condição ecológica e socioeconômica, com benefícios na regeneração do solo e no aumento da biodiversidade. “Na Amazônia, tudo que tentar imitar o ecossistema natural da floresta tropical úmida com sua incrível ciclagem de nutrientes, sua rede de interrelações complexas e as sinergias entre plantas e animais terá sucesso. Qualquer coisa que se afaste dela em direção à monocultura dependente de insumos químicos externos estará no círculo vicioso da degradação ambiental e social. O desafio então é primeiro compreender e depois encontrar a maneira de fazê-lo com paciência e perseverança”, avalia.

A iniciativa prevê o aumento da atividade biológica do solo tendo como solução o uso de matéria orgânica como uma fonte permanente de nutrientes e água dentro do próprio sistema de pastoreio, ou seja, com vegetação rasteira e arbustiva e árvores nativas introduzidas em alta densidade de matéria orgânica e minerais diversos. Então, combinar gramíneas com plantas leguminosas rastejantes, como amendoim forrageiro, estilosantes e kudzú tropical, é essencial porque elas irão capturar o nitrogênio do ar para sua folhagem rica em proteínas, bem como transferi-lo para as raízes das gramíneas. “Uma proporção entre 20 e 30% dessas plantas nas pastagens garante melhor crescimento da pecuária devido a uma melhor alimentação, menor emissão de metano (Gás de Efeito Estufa de gado), menor custo com fertilizantes nitrogenados (uréia e nitratos) e maior duração das pastagens.

Andre Wongtschowski, diretor executivo do Instituto Belterra, enfatiza que a relevância da iniciativa para o desenvolvimento na região é enorme quando une o equilíbrio entre as conquistas sustentáveis e a produtividade voltada para o benefício das comunidades da região. “A adoção de práticas como as propostas pelo Enrique será fundamental para que o desenvolvimento da produção agrícola, silvícola e pastoril na Amazônia aconteça em harmonia com a natureza”.

Já Marcel Reis, diretor operacional da Rio Capim, comenta sobre o potencial desta expansão. “A grande questão é adaptar o sistema para a realidade operacional em grande escala. O desafio está na sua aplicabilidade comercial”. A iniciativa coloca a Rio Capim e o Instituto Belterra na vanguarda de soluções sustentáveis para a Amazônia, com potencial de transformação na produção agrícola regional.

Sobre a Rio Capim Agrossilvipastoril 

A Rio Capim Agrossilvipastoril é uma startup dedicada à integração de sistemas agrícolas e pecuários sustentáveis na Amazônia. Com foco na restauração de áreas degradadas e na promoção da sustentabilidade ambiental, a Rio Capim trabalha em parceria com pequenos produtores para implementar práticas agroflorestais que aumentam a produtividade e preservam o meio ambiente. (www.riocapim.com.br)

Sobre o Instituto Belterra

O Instituto Belterra tem a missão de fortalecer o ecossistema de restauração florestal no Brasil de modo que todas as partes interessadas tenham acesso às ferramentas, tecnologias, metodologias, capacidades e recursos financeiros necessários para prosperar e escalar.

Informações para a Imprensa  

Lívia Nadjanara

[email protected]

(41) 99117-0021

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